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Como gerar empregos na crise para quem nem estuda nem trabalha

A covid-19 trouxe impactos negativos para as economias mundial e brasileira.

Em 18/06/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: gpointstudio/Thinkstock

Grupo de jovens que nem estudam e nem trabalham podem sofrer mais com os impactos econômicos da pandemia do coronavírus.

Não é novidade que a covid-19 trouxe impactos negativos para as economias mundial e brasileira. Com 12,8 milhões de desempregados e a perspectiva de que o pior pode estar por vir, o Brasil está longe de passar ileso. No entanto, um grupo específico pode estar sofrendo ainda mais os impactos econômicos da pandemia, os jovens “nem-nem”, chamados assim porque não estudam nem trabalham.

De acordo com o IBGE, existiam no Brasil quase 11 milhões de pessoas entre 15 a 29 anos nesta situação em 2018, o correspondente a 23% dos jovens nesta faixa etária. Diversas ações no mundo todo podem servir como exemplo de como se ter uma ação efetiva para essa população-alvo. Para se ter uma ideia, o Insper Metricis monitora contratos de impacto de todo mundo e tem hoje 336 iniciativas em acompanhamento. Uma das áreas com maior destaque diz respeito à geração de emprego, mais especificamente ações de inserção de jovens no mercado de trabalho. São 24 contratos voltados a este público (10 destes somente no Reino Unido), com iniciativas que vão desde capacitação digital para construção de sites e aplicativos (como no caso do projeto desenvolvido na cidade belga de Antuérpia) a atividades de mentoria profissional e desenvolvimento pessoal (como o Career Connect do Reino Unido).

No Brasil, o Insper Metricis colaborou recentemente com o Ministério da Economia, por meio da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), para o desenho do primeiro contrato de impacto social. O projeto terá por objetivo capacitar e auxiliar no processo de inserção no mercado de trabalho de 800 jovens de 18 a 29 anos. A grande inovação da iniciativa é que o responsável pelo treinamento aos jovens receberá apenas se aumentar a taxa de emprego para além do obtido em um grupo de comparação formado por jovens que não participaram do programa (veja sobre essa metodologia no Guia do Insper Metricis). Ao condicionar o pagamento a métricas de desempenho objetivas e mensuráveis, há a garantia de maior efetividade do gasto público!  (Por Jorge Ikawa (colaborou Vinícius Kronfly da Mata - EXAME)