ECONOMIA NACIONAL
Contas externas registram déficit de US$ 2,8 bi em março
As contas externas brasileiras registraram um déficit de US$ 2,8 bilhões no mês de março.
Em 25/07/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Em fevereiro, o déficit estava em US$ 26 bilhões (1,59% do PIB); e em março de 2021 estava em US$ 22,8 bilhões (1,62% do PIB)
As contas externas brasileiras registraram déficit de US$ 2,8 bilhões em março. Em março do ano passado também foi registrado déficit de US$ 5,2 bilhões nas contas que representam as compras e vendas de mercadorias, serviços e transferência de renda com outros países.
Divulgadas hoje (25) pelo Banco Central, as estatísticas do setor externo referentes ao mês de março mostram que, na comparação interanual:
“Houve aumento de US$ 6,6 bilhões no saldo da balança comercial de bens, parcialmente compensado pelas elevações de US$ 2,8 bilhões no déficit em renda primária e de US$ 1,1 bilhão no déficit em serviços”.
Ainda de acordo com a autoridade monetária, o déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em março ficou em US$ 23,5 bilhões, valor que corresponde a 41% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e dos serviços produzidos no país).
Em fevereiro, o déficit estava em US$ 26 bilhões (1,59% do PIB); e em março de 2021 estava em US$ 22,8 bilhões (1,62% do PIB).
Bens
Com relação à balança comercial de bens, o Banco Central registrou, em março, superávit de US$ 6,1 bilhões. No mesmo mês de 2021, o saldo estava negativo em US$ 514 milhões.
Segundo o BC, as exportações de bens ficaram em US$ 29,7 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 23,6 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, alta 21,1% e redução de 5,8% em comparação a março de 2021.
As importações no âmbito do Regime Aduaneiro Especial para Bens destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural (Repetro) totalizaram US$153 milhões em março (US$ 6,5 bilhões em março de 2021).
“Excluindo-se as operações do Repetro, a comparação interanual das importações registrou incremento de 26,3%”, disse o BC.
Serviços
Com relação à conta de serviços, o déficit registrado em março aumentou 106,8% na comparação com o mesmo mês de 2021, ficando em US$ 2,2 bilhões. Já a conta de viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$ 648 milhões no mês, ante US$ 100 milhões em março de 2021.
“Na mesma base comparativa, e seguindo tendência dos meses recentes, os fluxos brutos de receitas de viagens expandiram 112,2%, totalizando US$ 453 milhões, e as despesas de viagens cresceram 251,8%, somando US$ 1,1 bilhão”, detalha a autoridade monetária.
Ainda segundo as estatísticas do setor externo, as despesas líquidas de transportes somaram US$ 428 milhões em março de 2022, ante US$ 253 milhões em março de 2021. Aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$ 651 milhões, valor que representa aumento de 14,8%, tendo como base de comparação março de 2021.
A conta de renda primária teve déficit 68,5% maior do que registrado em março do ano passado, totalizando US$ 7 bilhões. Já as despesas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para US$ 5 bilhões, ante US$ 2,8 bilhões em março de 2021, “impulsionadas pelo acréscimo de US$ 2 bilhões nas despesas brutas”.
Segundo o BC, as despesas líquidas com juros somaram US$ 2 bilhões em março de 2022. No mesmo mês de 2021, essas despesas estavam em US$ 1,3 bilhão.
Ingressos líquidos
Em março de 2022, US$ 7,6 bilhões entraram no país por meio de investimentos diretos (IDP), valor superior aos US$ 7 bilhões em ingressos líquidos para esse tipo de investimento, registrados em março de 2021.
“Houve ingressos líquidos de US$ 6,2 bilhões em participação no capital e de US$ 1,4 bilhão em operações intercompanhia”, detalha a autoridade monetária.
Segundo o BC, no acumulado de 12 meses encerrados em março, o IDP totalizou US$ 51,2 bilhões (3,08% do PIB), ante US$ 50,7 bilhões (3,11% do PIB) no mês anterior; e aos US$ 44 bilhões (3,12% do PIB) de março de 2021.
“Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 5,5 bilhões em março, compostos por saídas de US$ 6,6 bilhões em títulos de dívida e ingressos de US$ 1,1 bilhão em ações e fundos de investimento. Nos 12 meses encerrados em março, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 19,8 bilhões”, disse o BC.
Reservas internacionais
As reservas internacionais do país diminuíram US$ 4,6 bilhões de fevereiro para março, ficando em US$ 353,2 bilhões.
Segundo o BC, o resultado decorreu, principalmente, “das variações por paridades e por preços”. A receita de juros somou US$ 481 milhões no mês. (Por Pedro Peduzzi/Agência Brasil)
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