CULTURA
Desfile das Campeãs de SP reúne sete escolas nesta sexta no Anhembi.
Independente Tricolor, vice-campeã do Grupo de Acesso, abre a noite de desfiles às 22h.
Em 03/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Sete escolas de samba voltam ao Anhembi, na Zona Norte da capital, nesta noite (12) para o Desfile das Campeãs do Carnaval de São Paulo. Os desfiles começam às 22h e os ingressos somente podem ser comprados na bilheteria do Anhembi.
O valor do ingresso de arquibancada varia de R$ 70 a R$ 90. Cadeiras e mesas de pista custam de R$ 140 a R$ 1.210.
Quem abre a noite de desfiles são as escolas que retornam ao Grupo Especial em 2018. A primeira é a Independente Tricolor, vice-campeã do Grupo de Acesso, seguida pela campeã X-9 Paulistana.
Na sequência desfilam as cinco primeiras colocadas do Especial em ordem inversa: a quinta colocada, Rosas de Ouro; a quarta, Império de Casa Verde; a terceira, Vai-Vai; a segunda, Dragões da Real; e a campeã inédita, Acadêmicos do Tatuapé.
A escola de samba Acadêmicos do Tatuapé ficou com o título desse ano após empatar com a Dragões da Real com 269,7 pontos. O desempate somente ocorreu nas notas do quesito Samba-enredo, em que a Dragões pontuou menos do que a campeã.
Esse é o primeiro título da escola da Zona Leste, que foi vice-campeã em 2016 e voltou ao Especial em 2013.
A apuração, que ocorreu na última terça-feira (28), ficou marcada pelo fato de um jurado do quesito de harmonia não ter dado para a Unidos do Peruche, repetindo o drama que causou confusão em 2016.
Foram rebaixadas a Águia de Ouro e a Nenê de Vila Matilde. A escola da Pompeia cantou em defesa dos animais e a Nenê, da Zona Leste, contou a história de Curitiba no Anhembi e demorou mais de uma hora para entrar na avenida.
Veja a ordem das escolas que vão participar do Desfile das Campeãs:
22h - Independente Tricolor
A Independente Tricolor, oriunda de uma torcida organizada do São Paulo, apostou no enredo "É mentira" e levou para o Anhembi alguns personagens marcantes, como Pinóquio, e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Cley Ferreira e Lenita Magrini, caracterizados como Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau. A lenda da cegonha também foi abordada por um dos carros alegóricos.
A escola ficou em segundo lugar no Grupo de Acesso, atrás da X-9 Paulistana, e vai participar pela primeira vez do Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2018. Com isso, no ano que vem o desfile no Sambódromo do Anhembi vai reunir quatro escolas oriundas de torcidas organizadas: Independente Tricolor e Dragões da Real (torcidas do São Paulo Futebol Clube), Gaviões da Fiel (Corinthians) e Mancha Verde (Palmeiras).
23h - X-9 Paulistana
A escola da Parada Inglesa, bicampeã do Carnaval, venceu o Acesso e retornará ao Grupo Especial em 2018. Quinta escola a desfilar, a X-9 Paulistana ficou sem a sua maior estrela: a rainha de bateria Gracyanne Barbosa foi viajar ao exterior por causa de compromissos profissionais e precisou ser subtituída por Tarine Gomes. "Pegou a gente de surpresa", disse o presidente Edson André dos Santos, que foi avisado pela musa há cinco dias do desfile.
Um apagão em parte das torres de iluminação atrasou o início do desfile da X-9. Mas com a injeção de R$ 2 milhões de investimento, a escola brilhou no Sambódromo com o enredo sobre o pintor Inos Corradin com o enredo “Vim, vi e venci! A Saga Artística de um Semideus”.
0h - Rosas de Ouro
A Rosas de Ouro conquistou a quinta colocação do Carnaval de São Paulo embalada por seu enredo sobre a importância dos banquetes para o convívio das pessoas, com direito até a participação de sua presidente vestida de noiva em um dos carros — ela havia casado poucos antes em plena avenida. A escola da Zona Norte da capital paulista não teve problemas após o grande atraso da anterior e encerrou sua participação com todos os 65 minutos que teve direito.
Com 2,8 mil componentes em 20 alas e cinco alegorias, a Rosas de Ouro contou a história dos banquetes na humanidade, desde os deuses do Egito Antigo e de Roma, até as reuniões religiosas e comemorações modernas. O enredo foi chamado de "Convivium — Sente-se à mesa e saboreie".
Sete vezes campeã do carnaval paulista, a Roseira melhorou seu desempenho em relação a 2016, quando ficou na décima primeira colocação.
1h - Império de Casa Verde
A Império de Casa Verde foi a quarta-colocada com um enredo sobre a paz e a união entre homens e o planeta. Terceira a entrar na avenida, a escola da Zona Norte apostou em grandes carros alegóricos e tinha conquistado seu terceiro título no Carnaval de 2016.
A comissão de frente, representando moléculas que unem para formar um novo ser, era acompanhada de uma alegoria com um anjo no topo, que comandava os movimentos dos demais integrantes.
O primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira, Rodrigo Antonio e Jéssica Gioz, passou mal de exaustão após chegar à dispersão, mas conseguiram aguentar o desfile inteiro.
A escola fez valer a aposta em carros gigantescos, com alegorias luxuosas, repletas de movimentos e coreografias de seus integrantes. Enquanto o abre-alas tinha 60 metros de comprimento e 15 metros de altura, com o tigre símbolo da Império, outro carro que chamou a atenção foi a representação da mãe natureza, que piscava e abria as mãos.
2h - Vai-Vai
Maior campeã do carnaval paulistano com 15 títulos, a Escola do Povo conquistou o terceiro lugar levando orixás ao Anhembi, em homenagem à Mãe Menininha do Gantois, matriarca do candomblé no Brasil. A escola lembrou os 30 anos da morte da mãe de santo que viveu em Salvador.
Ao longo do desfile, a escola da Bela Vista mostrou nas fantasias e alegorias os Orixás que representam a terra, o fogo, o ar e a água, de Obatalá, o deus da criação, a Oxóssi, o orixá da caça e das florestas.
O enredo era "No xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu - Menininha, mãe da Bahia - Ialorixá do Brasil". Mas o desfile mostrou mais os elementos da religião do que a trajetória dela.
O último carro mostrou a casa de Candomblé de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a Mãe Menininha. Ela é considerada filha de Oxum, que é orixá das águas e dos rios. Por isso o carro tinha água caindo ao seu redor.
A água acabou deixando a avenida molhada. Isso gerou reclamação da escola que viria a seguir, a Nenê de Vila Matilde. A Liga das Escolas levou um caminhão para lavar e secar a pista, já que havia a possibilidade de, além da água, haver também algum tipo de óleo ou outra substância no chão.
3h - Dragões da Real
Uma nota fez com que a Dragões da Real deixasse de ganhar seu primeiro título do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. Empatada em pontos com a campeã Acadêmicos do Tatuapé, ela perdeu no quesito samba-enredo: enquanto a vencedora tirou quatro 10, a escola tricolor obteve dois 10 e dois 9,9.
A Dragões foi a quarta escola a entrar no sambódromo do Anhembi na madrugada de domingo (26). A escola levou para a avenida um enredo inspirado no clássico "Asa Branca", de Luiz Gonzaga, para falar do Nordeste e da vida difícil do sertanejo. A escola fez uma apresentação bonita e vibrante, e o samba-enredo conquistou o público.
O cantor Fagner abriu o desfile cantando um trecho de "Asa Branca", e o ator Chambinho do Acordeon, que interpretou Gonzagão no cinema e na televisão, desfilou num dos carros da escola. A Dragões terminou o desfile com 1h03, dois minutos antes do tempo limite.
O samba-enredo baseado no clássico da MPB conquistou o público do sambódromo, e a bateria da Dragões caprichou nas bossas, paradas e também fez coreografias. Simone Sampaio desfilou pela 6ª vez como rainha da bateria da Dragões, que veio com os 220 ritmistas vestidos de vaqueiros, com uma versão estilizada do gibão.
4h - Acadêmicos do Tatuapé
A Acadêmicos do Tatuapé é a escola campeã do carnaval 2017 de São Paulo. Depois do vice em 2016, a escola da Zona Leste levou seu primeiro título com uma homenagem à Mãe África.
A Tatuapé foi a quarta escola a desfilar na primeira noite de carnaval. Comandada pelo carnavalesco Flávio Campello, a Tatuapé fez uma exaltação do povo africano, de sua cultura e dos seus deuses com o enredo: "Mãe-África conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da terra do ouro".
Na madrugada do sábado (25), contou com 3,2 mil componentes, cinco alegorias e completou seu desfile com 61 minutos — a 4 minutos do limite. Suas fantasias representavam os diferentes grandes reinos da história do continente e seus países atuais, além das religiões africanas, como o candomblé, o cristianismo e o islamismo.