SAÚDE

Doação de leite só atende a metade da demanda no Brasil

Os volumes de leite humano que são doados só atendem cerca de 55% de toda a demanda

Em 17/05/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © Elza Fiúza/Arquivo/Agência Brasil

De janeiro a dezembro de 2021, foram distribuídos 168 mil litros de leite para 237 mil recém-nascidos, um aumento de 7% em relação ao ano anterior.

Com mais de 225 bancos de leite e 217 pontos de coleta espalhados por todo o país, o Brasil é referência internacional em doação de leite humano, utilizado principalmente para alimentar bebês prematuros e de baixo peso internados em leitos neonatais. Apesar da complexa rede instalada, os volumes doados só atendem cerca de 55% de toda a demanda, ou seja, pouco mais da metade da necessidade real. Para ampliar os estoques, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (17) mais uma edição da Campanha Nacional de Doação de Leite Humano. 

De janeiro a dezembro de 2021, foram distribuídos 168 mil litros de leite para 237 mil recém-nascidos, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. No entanto, cerca de 340 mil bebês prematuros ou de baixo peso nascem todos os anos no país, o que corresponde a 12% do total de nascidos vivos. Por isso, os estoques dependem de mais doação. 

Este ano, a meta da campanha é ampliar em 5% a oferta de leite materno a recém-nascidos internados nas unidades neonatais do país. O tema deste ano é “Doe Leite materno e receba a gratidão de uma vida”.

A partir desta quinta-feira (19), quando se celebra o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, a campanha iniciará a veiculação de propagandas nos meios de comunicação para sensibilizar possíveis doadoras.

"Os bebês amamentados com leite humano têm mais chances de recuperação, de altas mais precoces. E isso representa uma economia para o Sistema Único de Saúde (SUS), menos uso de antibióticos", destacou a coordenadora da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Janini Ginani.

Segundo a pasta, cerca de 200 mililitros de leite podem alimentar até dez recém-nascidos.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que cerca de 6 milhões de vidas são salvas por ano com a ampliação das taxas de amamentação até o sexto mês de vida. Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno, basta estar saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. 

No Brasil, a proporção nas doações de leite é de uma mulher doadora para cada 12 mulheres assistidas. Nos últimos 22 anos, mais de 3,2 milhões de bebês receberam leite materno doado no país. (Por Pedro Rafael Vilela/Agência Brasil)

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