MEIO AMBIENTE
Entidades se unem para monitorar biodiversidade do rio Doce
Fundação Renova e Fest vão estudar de bactérias a baleias, além da qualidade da água.
Em 19/06/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Fundação Renova assinou um termo de cooperação com a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest) para monitorar a biodiversidade em 230 pontos de toda a porção capixaba do rio Doce e da região que vai do entorno de sua foz até Guarapari (ES), ao sul, e Porto Seguro (BA), ao norte. Serão estudados de bactérias a baleias, além de qualidade da água, sedimentos, condições de marés e ondas, manguezais e restingas. O estudo será conduzido por pesquisadores de mais de 24 instituições de pesquisa de todo o país.
O acordo de cooperação, que tem orçamento de R$ 120 milhões, será executado por 16 meses, período relativo à primeira etapa do programa de monitoramento, previsto para durar 5 anos. Serão feitas análises da concentração de contaminantes em diversos organismos, entre eles peixes e camarões. Os resultados do estudo ajudarão a mensurar os impactos do rejeito da barragem de Fundão sobre o ambiente e poderão dar subsídios para a tomada de decisão sobre a sanidade do pescado e indicar eventuais medidas reparatórias.
Nesse primeiro ano de projeto, serão coletadas cerca de 43 mil amostras de água, sedimentos, animais e vegetais. Para realização dos monitoramentos, estarão envolvidos 565 profissionais, entre eles colaboradores acadêmicos, e será priorizada a contratação de mão de obra local, como pescadores e catadores de caranguejo.
Serão utilizados drones, aeronaves e embarcações de pequeno, médio e grande portes, além de sensores de diversos tipos, imagens de satélites e boias automatizadas, equipadas com instrumentos específicos para esse tipo de monitoramento. Além disso, os laboratórios das universidades estarão aptos para fazer a análise das amostras.
A cada semestre, será realizado um workshop para apresentação dos resultados, com a participação dos órgãos ambientais.
Sobre a Fundação Renova
A Fundação é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar, com autonomia técnica, administrativa e financeira, os programas e ações de reparação e compensação socioeconômica e socioambiental para recuperar, remediar e reparar os impactos gerados a partir do rompimento da Barragem de Fundão, com transparência, legitimidade e senso de urgência.
A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.
Foto: EBC/Reprodução