Exportações agrícolas têm alta no ES por causa do aumento do dólar.

Apesar dos impactos das crises hídrica e financeira vividas pelo Brasil, as exportações do setor de agronegócio no Espírito Santo fecharam 2015 em alta. O aumento no preço do dólar e dos preços médios internacionais de alguns produtos garantiram o desempenho do setor mesmo diante da seca que atingiu o estado.

O valor e o volume exportados registraram acréscimos de 0,69% e 1,04%, respectivamente. De janeiro a dezembro, as exportações do agronegócio geraram uma receita de mais de US$ 1,98 bilhão.

Entretanto, o secretário de Agricultura Octaciano Neto afirmou que esse aumento não pode ser comemorado pelo produtor, que ainda tem prejuízos por causa da crise hídrica.

"É claro que, para o estado, falar que aumentou a exportação é bom, mas para o produtor rural isso não significa dinheiro no bolso, porque as empresas podem ter exportado de estoques anteriores, então não é uma boa notícia para o produtor e não vai compensar 30% a 60% menos de chuvas que nos tivemos nas mais diversas regiões", explicou.

De acordo com Octaciano, a secretária tem duas frentes principais para enfrentar a seca no Espírito Santo, a construção de barragens que permitam o armazenamento de água em períodos de chuva, e o reflorestamento.

"A construção das barragens é a política central da secretaria. Foi definido um valor de R$ 60 milhões para investir nos próximos três anos na construção de barragens", disse.

Além das 32 barragens coletivas em processo de licitação e outras barragens que ainda devem ser construidas pelo governo, a administração está facilitando o processo de licenciamento de barragens individuais, que podem ser construídas pelo próprio agricultor.

"O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal também avançou muito. Em 2013 nós licenciamos 80 barragens, em 2014 foram 600 barragens e em 2015 foram 1600 barragens licenciadas. Então avançou a legislação e facilitou a vida do agricultor", explicou.

A respeito das regras de utilização de água na agricultura, que restringem a captação em horário comercial, o secretário explicou que as regras podem ser revisadas pelos comitês das bacias hidrográficas, de acordo com as necessidades de cada região.

"A decisão do governo foi cumprir a política nacional de recursos hídricos, mas criou a porta de saída das regras mais rígidas através dos comitês, que é o fórum adequado para se tomar essas decisões", disse.

Octaciano ainda destacou a importância do fortalecimento e ampliação da gama de produtos. Hoje, o café e a celulose representam 90% das exportações no Espírito Santo.

"A gente precisa ampliar. Nós perdemos espaço do mamão por causa da logística e precisamos avançar nisso. A pimenta do reino tem ganhado muito mercado internacional, mas nós podemos começar a vender produtos mais bem acabados, precisamos agregar valor a nossa produção para ganhar ainda mais destaque", finalizou.

Fonte: G1-ES