CULTURA
Exposição "Dialogo no escuro" em cartaz no Rio de Janeiro.
Mostra multissensorial desafia o público a conhecer o mundo sem enxergar
Em 23/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A exposição “Diálogo no Escuro”, que já passou por 39 países, está em cartaz no Rio de Janeiro, no Museu Histórico Nacional. Trazida ao Brasil pela Calina Projetos em parceria com a Dialogue Social Enterprise, a mostra tem conceito simples: dividido em grupos pequenos em visitas previamente agendadas, o público é conduzido por cenários em total escuridão por um guia deficiente visual em passeios que duram entre 45 e 60 minutos. A experiência multissensorial rompe a barreira do desconhecido e desafia o público a conhecer o mundo de outra maneira.
Em “Diálogo no Escuro”, a rotina diária ganha uma nova dimensão enquanto papéis são invertidos: aqueles que enxergam se encontram fora de sua zona de conforto e os guias cegos são seguros de seu lugar, indicando com segurança como devem se orientar em um mundo sem imagens. O objetivo é levar o visitante a uma mudança de perspectiva em relação ao universo dos que sofrem de alguma deficiência visual e, com isso, fazer com que o preconceito e os estereótipos sejam substituídos por empatia.
Aromas, sons, ventos, temperaturas e texturas podem ser experimentados de uma nova forma em espaços que recriam ambientes corriqueiros. No Rio de Janeiro, a exposição foi pensada exclusivamente para que a Cidade Maravilhosa possa ser sentida de outra maneira. Ela se faz presente com um pouco da vibração das ruas recriada dentro do Museu com um parque, uma feirinha, praças da cidade, um passeio pela praia e desafios como atravessar a rua, por exemplo. O diálogo acontece durante e após o passeio, quando o visitante tem a possibilidade de conversar e tirar dúvidas com seu guia sobre questões relacionadas à deficiência visual, oportunidade que nem todos têm no dia a dia.
A exposição foi desenvolvida pelo filósofo alemão Andreas Heinecke após uma experiência pessoal que mudou sua maneira de ver o mundo dos deficientes. Ele foi designado a organizar um treinamento para um jovem jornalista que perdera a visão em um acidente de carro. Ao conviver com o rapaz, se deu conta de que a pena é um sentimento equivocado e que a cegueira pode ser entendida como uma maneira diferente de levar a vida e que os que enxergam devem compreendê-la. Desde então, Andreas se dedicou a encontrar novas formas de diminuir a distância entre os dois grupos.
Para Paulo Knauss, Diretor do Museu Histórico Nacional, Diálogo no Escuro demarca o compromisso do Museu com a questão da acessibilidade. Com frequência, o tema é reduzido a uma dimensão física e arquitetônica e evita enfrentar o fato de que garantias de acessibilidade representam também novos horizontes para exploração dos sentidos, indo além dos lugares comuns estabelecidos. “Os museus tradicionalmente se organizam a partir do sentido da visão. Diálogo no Escuro representa um novo enfoque do mundo das exposições, pois mesmo tendo sido criada para não colocar nada diante do olhar, proporciona uma experiência inusitada de compreensão do mundo para os que enxergam e coloca em discussão o universo dos sentidos humanos. Ao final, o cego como sujeito da sociedade se valoriza pelas suas qualidades singulares.”
A mostra, que segue paralelamente em São Paulo, na Unibes Cultural, já foi vista por mais de 8 milhões de pessoas e, em 25 anos, rodou o mundo tendo sido apresentada em países da Europa, Ásia, América do Norte e África. “Diálogo no Escuro” conta com patrocínio máster da Apex-Brasil e patrocínio de Camil Alimentos, Coqueiro e União, além de apoio institucional da Unibes Cultural e do Instituto Benjamim Constant. A exposição é licenciada em todo mundo pela Dialogue Social Enterprise, empresa com sede na Alemanha que atua para facilitar a inclusão social de pessoas com deficiência, desfavorecidas e idosas.
Diálogo no Escuro
Museu Histórico Nacional
Endereço: Praça Mal. Âncora, s/n - Centro, Rio de Janeiro (entre a Praça XV e o Aeroporto Santos Dumont)
Data: de 30 de janeiro a 30 de outubro de 2016
Horário de funcionamento:
de terça a sexta: das 10h às 17h30 (última entrada às 16h30)
sábados e domingos: das 14h às 18h (última entrada às 17h)
Agendamento: www.dialogonoescurorio.com.br
Valor do ingresso: R$ 12,00 inteira; R$ 20,00 aos sábados e domingos / R$ 6,00 meia entrada (estudantes e maiores de 65 anos); R$ 10,00 aos sábados e domingos
Mais do que uma exibição: um projeto de inclusão social
“Diálogo no Escuro” conta com a participação de pessoas cegas e/ou com baixa visão na realização do projeto. Ao longo de dois meses, a Calina Projetos, com apoio do Instituto Benjamim Constant e em conjunto com a Dialogue Social Enterprise, selecionaram 11 guias sensoriais para a exposição. O grupo recebeu treinamento completo para lidar com as dificuldades do público e, ao mesmo tempo, foi preparado para que pudesse trabalhar com confiança e sensibilidade. Desde a primeira exibição da mostra até hoje, mais de sete mil deficientes visuais de todo o mundo tiveram a oportunidade de serem reinseridos no mercado de trabalho. “Diálogo no Escuro” vai além das fronteiras visuais, promovendo inclusão e reflexão de todas as pessoas da sociedade.
Sobre a Calina Projetos Culturais e Sociais
A CALINA PROJETOS foi criada em 2002 e tem como objetivos produzir eventos culturais de alto interesse coletivo e com a máxima qualidade. A empresa busca oferecer as melhores opções de investimento em ações de Marketing Cultural e Social aos seus clientes, atendendo aos interesses estratégicos e gerando retorno institucional, além de captar recursos para instituições, empresas, grupos e profissionais que desenvolvam um trabalho idôneo e de alto nível com realizações que propiciem um retorno positivo para a sociedade. Entre os projetos já desenvolvidos pela Calina Projetos, destacam-se as exposições Pergaminhos do Mar Morto (Museu Histórico Nacional – RJ e Estação Pinacoteca), Tesouros da Terra Santa (MASP) e Albert Einstein (Casa das Rosas), entre outras. Mais informações em www.calina.com.br.
Sobre a Apex-Brasil
A Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - atua no sentido de promover produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia do país. Isso significa possibilitar o diálogo e a integração entre várias partes, entre as quais empresas nacionais, empresas estrangeiras e investidores. Um dos mercados em que a agência atua é o de tecnologia assistiva, termo utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e promover inclusão e vida independente. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial e grande exportador de tecnologia assistiva.
Fonte: In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação