ECONOMIA CAPIXABA

Impostos insidem em até 64% sobre produtos das festas juninas

Segundo levantamento, os produtos de festa junina têm, em média, 35% de impostos no seu valor.

Em 25/06/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Designed by FREEPIK

O levantamento foi feito com 30 itens, entre vestuário, alimentos e bebidas. O campeão de tributos foi o vinho importado, com 64,57% de seu preço final destinado aos cofres públicos.


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A alegria das festas juninas vem acompanhada de comidas típicas, roupas coloridas e muita tradição, mas também de uma carga tributária que pesa no bolso. Levantamento feito pelo advogado tributarista e empresarial Samir Nemer, revela que os produtos típicos dessa época do ano têm, em média, 35,23% de seu valor final comprometido com tributos.

Foram analisados 30 itens comuns nas festas juninas, entre alimentos, bebidas e vestuário. O campeão da tributação é o vinho importado, com 64,57% de impostos embutidos no preço. Na sequência aparecem fogos de artifício (58,56%), quentão (47,24%), vinho nacional (45,56%) e cachaça (43,86%).

Fazendo uma breve avaliação sobre os ítens analisados, o advogado tributarista e empresarial, mestre em Direito Tributário, Samir Nemer, explicou que são produtos que fazem parte da cultura popular

“São produtos que fazem parte da cultura popular, mas que sofrem forte incidência de tributos indiretos, que o consumidor paga sem perceber. Esses tributos estão embutidos no valor final, o que torna a festa junina mais cara do que parece.”

Entre os doces e alimentos tradicionais, os percentuais também chamam atenção. Paçoca e pé de moleque têm 39,21% de carga tributária, enquanto a canjica soma 37,22%, a cocada, 36,98%, e o leite condensado, 35,78%. Já o amendoim, presente em diversas receitas, chega a 34,58%.

Os trajes típicos também não escapam. Vestido caipira (34,67%), camisa xadrez (34,58%), chapéu de palha (34,58%) e até o cinto de couro (40,72%) são fortemente tributados.

“É um efeito cascata. Cada etapa da produção e comercialização é tributada, o que encarece o produto final.”

O especialista lembra que, no Brasil, o sistema tributário é centrado na taxação do consumo, o que impacta com mais força a população de renda mais baixa.

“Quanto menor a renda, maior o peso proporcional desses impostos no orçamento familiar. É um sistema regressivo e injusto.”.

Outro ponto destacado no levantamento é a grande variação entre os produtos. Alimentos básicos como arroz (17,51%), leite longa vida (19,67%), ovos (20,87%) e fubá de milho (15,55%) apresentam carga tributária menor, mas ainda significativa. Já o pinhão, típico do Sul do país, tem 36,98% de tributos.


Os vinhos importados têm até 64,57% de importos. Foto: José Luiz Mazolini/Portal CORREIO CAPIXABA

Segundo Nemer, a ideia do levantamento é justamente promover o conhecimento sobre o impacto dos tributos no consumo diário do brasileiro.

“É importante que o cidadão saiba o quanto está pagando de imposto, mesmo sem ver. Esse tipo de informação permite decisões mais conscientes e também a cobrança por uma aplicação eficiente dos recursos públicos.”

Produtos típicos da festa junina e seus tributos:
Vinho importado – 64,57% 
Fogos de artifício – 58,56% 
Quentão – 47,24%
Vinho nacional – 45,56% 
Cachaça – 43,86% 
Cinto de couro – 40,72% 
Cerveja – 39,70%
Paçoca e pé de moleque – 39,21%
Chocolates – 38,25%
Canjica – 37,22% 
Pipoca (micro-ondas) e milho em conserva – 36,50% 
Cocada e pinhão – 36,98%  
Refrigerantes – 36,56%
Leite condensado – 35,78%
Vestido típico – 34,67% 
Amendoim – 34,58%
Camisa xadrez e chapéu de palha – 34,58%  
Açúcar cristal e milho cozido – 29,47%
Queijo minas – 26,14%
Maçã – 23,30%
Farinha de trigo – 22,99%
Ovos – 20,87%
Arroz – 17,51%
Leite tipo longa vida – 19,67%
Fubá de milho – 15,55%.
Fonte: Levantamento do advogado tributarista empresarial Samir Nemer, com base no site Impostômetro.
(Por Lelly Kalle/AsImp)

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