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Liga Árabe pede por estratégia urgente para ajudar Líbia contra Estado Islâmico.
A Líbia é cenário de uma guerra civil desde que, em outubro de 2011.
Em 18/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Liga Árabe pediu hoje (18) a criação urgente de uma estratégia árabe para ajudar militarmente o governo da Líbia na luta contra o Estado Islâmico (EI), mas sem anunciar o início de bombardeios aéreos. A organização pan-árabe, com sede no Cairo, publicou este apelo ao final de uma reunião extraordinária para debater um pedido do governo líbio reconhecido pela comunidade internacional "de adoção de medidas para combater o avanço do EI" na Líbia.
Este governo pediu também aos "países árabes irmãos" para "lançarem bombardeios aéreos seletivos contra posições do EI em Syrte [na Líbia]", por ser "incapaz de lutar contra o grupo devido ao embargo de armas imposto ao exército" pela ONU desde 2011.
"A segurança nacional líbia é a segurança nacional árabe. A Líbia está sofrendo, sacrificando-se e esperando ajuda dos países árabes", declarou o chefe da diplomacia líbia, Mohammed al-Dairy, no início da reunião no Cairo.
"A Liga Árabe afirma que dada a dificuldade da situação há necessidade urgente de criar rapidamente uma estratégia árabe que inclua uma assistência militar à Líbia", indicou a organização em comunicado.
O Egito e os Emirados Árabes Unidos realizaram nos dois últimos anos um número limitado de bombardeios aéreos na Líbia contra posições do EI e outras milícias islamitas. Na terça-feira (11) passada, foram registrados violentos combates em Syrte, quando os residentes pegaram nas armas para tentar expulsar o EI da localidade. Syrte fica a 450 quilômetros a leste de Tripoli e foi controlada pelo grupo sunita em junho.
Crise na Líbia
A Líbia é cenário de uma guerra civil desde que, em outubro de 2011, a Organização do Tratado do Atlântico Norte apoiou com bombardeios aéreos dos rebeldes e contribuiu para derrubar o regime de Muammar Kadhafi.
Atualmente, existem dois governos na Líbia, um rebelde fixado em Tripoli e outro reconhecimento internacionalmente com sede em Tobruk, que lutam pelo controle político e dos recursos naturais, especialmente do petróleo.
O Egito trava uma batalha diplomática em duas frentes, junto da Organização das Nações Unidas (ONU) em defesa de uma intervenção militar internacional na Líbia, e na Liga Árabe pela formação, anunciada em março, de uma força árabe para combater os grupos jihadistas na região e na Líbia.
Os chefes dos Estados-Maiores dos países da Liga Árabe realizaram, até ao momento, duas reuniões sobre este tema. Uma terceira deverá acontecer no dia 27 deste mês, no Cairo.
O secretário-geral da Liga Árabe condenou o "bombardeio indiscriminado" realizado pelo exército sírio no domingo (16) contra a localidade de Duma, perto de Damasco, que causou centenas de mortos. De acordo com um comunicado, Nabil al Arabi pediu "o fim imediato" dos bombardeios contra os civis na Síria e considerou que o país vive "a maior crise humanitária do mundo".
O diplomata árabe expressou o seu apoio aos esforços do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, para encontrar uma solução política para a crise.
O Ministério das Relações Exteriores egípcio também manifestou "a grande preocupação do Cairo pelo aumento das operações militares na Síria nos últimos dias" e lamentou a existência de vítimas civis do conflito.
Na segunda-feira, Staffan de Mistura condenou o bombardeamento do exército sírio em Duma, declarando "ser inaceitável, em qualquer circunstância, que um governo ataque mercados cheios de gente e mate quase uma centena dos seus próprios cidadãos". O regime de Damasco acusou hoje o enviado de ONU de "falta de imparcialidade no exercício das suas funções".
Pelo menos 96 pessoas morreram e 240 ficaram feridas, de acordo com ativistas sírios, no bombardeio pelo exército de um mercado em Duma.
O alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos elevou para 111 o número de mortos em Duma e sublinhou que os ataques premeditados contra civis e o uso indiscriminado de armas em áreas densamente povoadas são crimes de guerra.
Fonte: EBC