CULTURA
Liga rejeita recurso e Pérola Negra é rebaixada no carnaval de SP.
Escola alegava que desfile foi afetado por queda de energia no Anhembi.
Em 23/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Liga das Escolas de Samba rejeitou o recurso da Pérola Negra, agremiação da Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, e decidiu rebaixar a escola do Grupo Especial para o Grupo de Acesso no carnaval de 2017.
A escola tinha sido rebaixada por somar a segunda menor nota da avaliação dos jurados, mas entrou com recurso para se manter no Grupo Especial. À Liga a agremiação alegou que foi prejudicada pela queda de energia no sambódromo, antes do desfile começar.
Um transformador da Eletropaulo explodiu e alguns refletores na concentração e no meio da pista ficaram apagados por cerca de 40 minutos. O incidente atrasou o começo dos desfiles e, durante a passagem da Pérola Negra, alguns refletores não funcionaram.
A Pérola Negra ficou com 264,0 pontos e terminou em 13º lugar. A X-9 Paulistana foi a última colocada com 263,9 pontos e será a única rebaixada.
Em nota, a Liga informou que, "em assembleia geral extraordinária realizada na noite desta segunda-feira (22), a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo decidiu que será mantido o julgamento e o resultado do Carnaval SP 2016, que foi homologado após a apuração do dia 9 de fevereiro".
Nos próximos dias, a Liga deve convocar uma coletiva de imprensa para informar o balanço do carnaval na capital paulista.
A decisão manteve o cronograma do carnaval de 2017. No próximo ano, o desfile do Grupo Especial terá 14 escolas e o Acesso, nove. Duas escolas devem ser rebaixadas ao Grupo de Acesso.
Desfile
A Pérola Negra abriu os desfiles do Grupo Especial do carnaval de São Paulo com uma homenagem à Vila Madalena, bairro boêmio da capital onde está localizada a quadra da escola.
A escola entrou no sambódromo pouco depois das 23h30, com alguns minutos de atraso, após a explosão de um transformador ter deixado parte do Anhembi sem luz.
Em seu retorno à à elite do carnaval paulistano, a Pérola Negra apresentou um desfile caprichado, com diversas alas coreografadas, e encerrou o desfile dentro do tempo, sem problemas.
O ponto alto foi o samba-enredo com vários refrões populares, que ajudou a empolgar os 3 mil componentes.
Em 2015, a escola foi a vice-campeã do grupo de acesso.
Com o enredo "Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos passos do balé", a proposta criada carnavalesco Fábio Borges foi contar a história do bairro por meio da dança, do balé ao samba.
A comissão de frente trouxe bailarinos fantasiados de araras, encenando a conexão das danças da natureza com o espírito festeiro do bairro.
Na sequência, dezenas de bailarinas vieram dançando e sambando na ponta do pé no chão e no carro abre-alas "Natureza Dancente", que lembrou que a Vila Madalena foi no passado região de Mata Atlântica.
O segundo carro trouxe esculturas de índios e uma grande oca para falar das danças indígenas. O terceiro carro destacou as danças afro-brasileiras.
Rainha de bateria gringa
Comandada por mestre Nê, que chorou na avenida, a bateria representou a cultura indígena e desfilou com os ritmistas fantasiados de índios. A angolana Carmem Mouro fez história como a primeira rainha de bateria estrangeira a desfilar em São Paulo.
O apresentador Fernando Rocha e a bailarina Ju Valcezia, dupla da "Dança dos Famosos", desfilaram pela Pérola Negra e foram destaque.
Carlinhos de Jesus desfila em SP
A boemia veio representada no quarto carro, na forma de uma grande casa de samba, com Carlinhos de Jesus como destaque.
Os barzinhos, os estudantes hippies da década de 70 também foram lembrados em alas.
O último carro trouxe esqueletos, em uma referência ao cemitério que fica ao lado da quadra da Pérola Negra, reforçando o refrão do samba-enredo: "Na Vila madalena, samba até quem já morreu".
Fonte: G1