ECONOMIA CAPIXABA
Mais de 7 mil pessoas ficaram sem emprego em 2015 no ES.
Setor do comércio apresenta os piores números.
Em 01/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Mais de 7 mil pessoas ficaram sem emprego de janeiro a maio deste ano no Espírito Santo, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O número é um balanço entre o número de admissões, que foi de mais de 177 mil; e de demissões, mais de 184 mil. Os setores com os piores resultados foram os de comércio, construção civil e serviços.
Só o setor de comércio ficou com um balanço negativo de mais de 6 mil pessoas. O comerciante Fernando Rangel tem uma loja de roupa no Centro de Vitória e conta como teve que demitir duas funcionárias.
"As vendas caíram assim, praticamente 40%, 50%. Isso já vem desde o final do ano passado e não tem previsão de alta, melhora nenhuma. Eu mandei duas funcionárias embora, mas infelizmente foi o único jeito de cortar gasto", contou Fernando.
O diretor do Fecomércio, Marcus Magalhães, conta que a queda nas vendas do comércio geram um ciclo de perda de renda.
"Se o comércio não vende, a gente não gera o emprego, a gente não recolhe os impostos na proporção que deveria e por tabela a gente não irriga os caixas das prefeituras, dos estados e da União com os impostos. E, por fim, não encomenda às indústrias novos estoques para por nas lojas, então, se o comércio vai bem, toda a cadeia produtiva vai bem, se o comércio vai mal, toda a cadeia produtiva fica refém de notícias boas, porque ela não gira na proporção que deveria girar", explica.
O setor de serviços terminou com balanço negativo de 4,5 mil demissões, com desligamento de mais de 68 mil empregados. A construção civil teve um balanço negativo de quase 3,5 mil demissões.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada, Adelson Pereira, conta que tem recebido muitos empregados demitidos de obras importantes como pavimentação de vias, terraplanagem e viadutos.
"Todos esses empregados que já faziam parte desses contratos foram demitidos e isso ocasionou uma enxurrada de demissão. No sindicato hoje nós estamos fazendo cerca de 600 homologações por mês de trabalhadores que tem acima de uma ano de casa, porque aqueles que tem mais de um ano de casa são feitas na própria empresa", diz.
O balanço só não ficou mais negativo porque o setor agropecuário contratou cerca de 6 mil pessoas a mais do que demitiu.
O número positivo dá-se graças à época de colheita da safra de café, mas depois do fim, é possível que o balanço também fique no negativo.
O diretor do Fecomércio não vê um cenário positivo para o resto do ano. "Achamos que em 2015 é um ano perdido, mas não tem muito o que fazer a não ser ajustar o empresariado à casa, ou seja, adequar os orçamentos à realidade vivida. E a população, de uma forma geral, apertar ainda mais os cintos porque a inflação para 2015, infelizmente, veio para ficar e não há no horizonte perspectiva de aumento de renda, pelo menos a curto e médio prazo", finaliza Magalhães.
Fonte: G1-ES