ECONOMIA CAPIXABA
Obra de prédio da Findes vai custar 3 vezes mais que o previsto no ES
O custo foi recalculado em R$ 26 milhões, segundo a federação.
Em 04/02/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A obra de reforma e ampliação no prédio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que incluem a construção de um restaurante giratório com vista panorâmica vai ter um custo final estimado em R$ 26 milhões. O valor corresponde a três vezes o que foi apresentado inicialmente, que era de pouco mais de R$ 8,4 milhões. Além disso, o prazo para entrega do restaurante giratório era outubro de 2011, mas a obra já dura cerca de cinco anos.
A Findes, por sua vez, afirmou que seguirá, em parte, as orientações da Controladoria Geral da União (CGU), dividindo em três partes iguais o custo total da obra entre os condôminos.
O atraso e os gastos acima do previsto resultaram num relatório de 88 páginas da CGU, que concluiu que houve participação desproporcional do Serviço Social da Indústria (Sesi) no rateio de despesas de reformas de áreas de uso comum do condomínio. A auditoria orienta que cerca de R$ 10,6 milhões sejam devolvidos aos cofres da instituição.
O superintendente corporativo da instituição, Marcelo Ferraz, destacou que não vê dificuldades em concordar com a CGU e diz que a Findes fará um ajuste de contas e no planejamento para poder ressarcir o Sesi. “Na época, a obra foi concebida como arte, cultura e lazer e, por isso, o Sesi bancou. Mas, realmente, essa é uma obra de proveito condominial”, admitiu ele.
Licitação
A auditoria apontou, ainda, que a licitação da obra foi feita com projeto “inadequado, incompleto e insuficiente, resultando numa obra mais cara e possivelmente inviável técnica e economicamente, ferindo o princípio constitucional da economicidade”. Na avaliação de Ferraz, o planejamento original deixou a desejar. “Elementos técnicos para compor a obra se revelaram insuficientes. Isso acarretou num custo a maior”, apontou.
No decorrer da obra, laudos técnicos e relatórios indicaram falha de projetos, má qualidade na execução da obra e impasse quanto à segurança da estrutura. A CGU destaca que, apesar disso, não houve aplicação de penalidades por infrações cometidas pela empresa contratada para a execução da empreitada, ”contrariando o previsto em cláusulas específicas do instrumento contratual”.
Término
Uma nova licitação deve ser concluída até o fim deste mês de fevereiro, com teto de R$ 8,7 milhões para finalizar a obra. Depois de assinada a ordem de serviço, a previsão da Findes é de que, em 300 dias, tudo esteja concluído e o restaurante habilitado a funcionar.
Presidente da Findes na época em que as obras foram licitadas, Lucas Izoton foi procurado pela reportagem para comentar o caso, e justificou que, como deixou a gestão da instituição em julho de 2011, não poderia avaliar como foram realizadas as obras a partir de então.
Ele afirmou, porém, que pode ter havido má compreensão de alguns detalhes dos projetos, devido à 'complexidade' da obra. “Só posso dizer que tudo foi elaborado por profissionais extremamente conceituados e com a aprovação de toda a diretoria da instituição. O projeto tem uma arquitetura arrojada e uma visão de longo prazo. Vai estimular a economia criativa”, finalizou.
Fonte: G1-Espírito Santo