ECONOMIA CAPIXABA
Polícia e Receita Federal combatem sonegação fiscal milionária no ES.
Ação fiscaliza crimes no setor de plásticos e embalagens.
Em 05/07/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Polícia Federal e a Receita Federal do Brasil deflagraram, nesta terça-feira (5), a Operação Caxangá, para desarticular uma organização criminosa suspeita de sonegação fiscal milionária no setor de plásticos e embalagens no Espírito Santo e em outros estados da região Sudeste.
O faturamento total oculto pelas empresas participantes do 'esquema' pode superar os R$ 500 milhões nos últimos cinco anos. Segundo a Receita, a suspeita é de participação de empresas de vulto nacional.
As buscas começaram a ser feitas nas empresas e nas casas dos responsáveis. Foram expedidos nove mandados de busca e apreensão, sendo três em Colatina, Noroeste do estado, dois em Vila Velha, dois em Guarapari, um em Vitória e um no Rio de Janeiro.
Documentação fiscal e assinaturas de servidores das empresas foram apreendidas na operação Ainda não foi expedido mandado de prisão, já que, segundo a Polícia Federal, as autoridades devem estar completamente convencidas da participação dos indivíduos para fazer o pedido.
No estado, foram identificadas mais de 13 empresas criadas pela organização criminosa, conhecida como 'Máfia do Plástico. Essas empresas de fachada eram usadas para emissão de notas fiscais (empresas ‘noteiras’) que levavam operações de venda de plásticos e embalagens plásticas para todo o território nacional.
A suspeita é que essas empresas, somente no Espírito Santo, movimentaram em torno de R$ 460 milhões e emitiram mais de R$ 230 milhões em notas fiscais de saída, nos últimos cinco anos.
"A estimativa é que de três a quatro pessoas por empresa estejam envolvidas no 'esquema. A partir disso, temos um número total acima de 40, tendo em vista a quantidade de empresas", falou o delegado da Receita Federal no Espírito Santo, Luiz Antônio Bossser.
As investigações começaram a partir de cruzamento de dados em que foram identificados indícios de crimes contra a ordem tributária em empresas com alta emissão de notas fiscais sem o pagamento dos tributos devidos.
"O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) faz o monitoramento da circulação de ativos financeiros e percebeu que algumas empresas de pequeno porte estariam com uma movimentação financeira maior que deveria", explicou Bosser.
Durante as buscas, o material apreendido levou à possibilidade de participação de novas empresas, o que deve aumentar ainda mais o valor do faturamento oculto, segundo a Receita.
Com a participação da Polícia Federal, passou a ser apurada, em tese, a prática dos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
"Essa prática de emissão de notas falsas não tem um fim em si mesmo. Depois, elas repassam o valor sonegado a uma empresa beneficiada, por meio da lavagem de dinheiro. Isso envolve falsidade ideológica e organização criminosa", explicou o delegado da Polícia Federal Vitor Moraes.
Investigações apontam que o grupo também atuava em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Fonte: g1-ES