ECONOMIA NACIONAL
Preço da cesta básica sobe 22% e encosta no salário mínimo
Quadro preocupa porque a cesta básica inclui gastos apenas para compra de 39 produtos.
Em 14/08/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Valor da cesta básica alcançou R$ 1.064,79 em São Paulo, próximo ao do salário mínimo, de R$ 1.100; há um ano, cesta básica era de R$ 871,48.
O galope da inflação dos últimos meses vem tornando cada vez mais difícil mesmo o sustento básico da população mais pobre. Em julho, o valor da cesta básica na capital paulista para uma família de quatro pessoas quase empatou com o salário mínimo. O quadro é preocupante porque a cesta básica inclui gastos apenas para compra de 39 produtos, entre alimentos e itens de higiene pessoal e limpeza doméstica. Ficam de fora itens tão importantes quanto a alimentação, como despesas com moradia, transporte e medicamentos, por exemplo.
Levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em julho o custo da cesta básica paulistana chegou a R$ 1.064,79. A alta foi de 0,44% em relação a junho, de 5,65% no ano e de 22,18% em 12 meses. Em 12 meses até julho, a inflação oficial medida pelo IPCA avançou 8,99%.
Mas o que mais chama a atenção na pesquisa é que o valor da cesta de julho quase encostou no salário mínimo de R$ 1.100. A diferença de R$ 35,21 entre o custo da cesta básica e do salário mínimo é a menor desde dezembro do ano passado (R$ 37,11).
Com esse troco dá para fazer muito pouco. É insuficiente, por exemplo, para levar para casa um quilo de carne de segunda. No mês passado, a carne de segunda era encontrada no varejo paulistano pelo preço mínimo de R$ 36,10.
"O quadro é grave: estamos chegando no patamar do 'elas por elas', com os gastos com alimentação, higiene e limpeza empatando com o salário mínimo", afirma Marcus Vinicius Pujol, diretor da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, responsável pela pesquisa.
Ele pondera que o que atenuou a situação foi o auxílio emergencial dado pelo governo federal e os programas estaduais de distribuição de renda. Mas nenhum desses atenuantes reduzem a gravidade da situação, argumenta. Ele ressalta que o desemprego em alta agrava o estrago provocado pelo aumento da inflação.
Essa também é a avaliação do coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz. "O desemprego piora o impacto da inflação no orçamento", afirma. Uma coisa, diz ele, é ter dinheiro e os produtos e serviços irem ficando mais caros.
"As famílias vão dando um jeito, compram menos, trocam de produto." Outra coisa é quando não se tem dinheiro e os produtos encarecem, argumenta. "Nesse caso, a sensação de que a inflação é muito maior é flagrante, é uma situação de impotência." (Estadão Conteúdo)
Leia também:
> Inflação de julho aumenta1,12% para todas as faixas de renda
> Volume de cargas nos portos cresceu 9,4% no 1º semestre
> Expectativa de emprego nos Serviços é a maior em oito anos
> Indicador de Emprego FGV atinge maior nível em 18 meses
> Investimento chinês no Brasil caiu 74% em 2020 , diz pesquisa
> Produção de serviços tem maior expansão em 8 anos, diz PMI
> Trabalho remoto gerou economia de R$ 1,4 bilhão no Executivo
> PEC dos precatórios prevê parcelar dívidas acima de R$ 66 mi
> Aneel mantém bandeira vermelha nível 2 nas contas de luz
> Taxa de desemprego no Brasil foi à 14,6% no último trimestre
> Brasil gerou 309 mil empregos formais em junho, diz Caged
> Confianças do comércio e serviços sobem em julho, diz FGV
> Simples Nacional será isento da taxação de dividendos
> Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 6,56%
> Produção de aço bruto do Brasil cresce 24% no 1º semestre
> Reforma tributária é fundamental, diz presidente da CNI
> Intenção de consumo das famílias segue crescendo, diz CNC
> Vendas no comércio cresceram 10,1% no primeiro semestre
> 11% dos trabalhadores fizeram home office ao longo de 2020
> Retomada da economia mostra patamares pré-crise, diz Adolfo
> Setor de serviços cresceu 1,2% em maio, diz pesquisa do IBGE
TAGS: CESTA BÁSICA | INFLAÇÃO | PREÇOS | SERVIÇOS | EMPREGO | ECONOMIA | PRODUÇÃO | INDUSTRIA | SELIC