ECONOMIA CAPIXABA

Preço do gás de cozinha sobe 15% na Grande Vitória e vai custar R$ 65.

Aumento pode afetar os preços em restaurantes e padarias.

Em 01/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O gás de cozinha vai ficar de 12% a 15% mais caro na Grande Vitória, a partir desta quinta-feira (1). Com isso, o botijão vai passar a custar, em média, R$ 65 e o consumidor já deve começar a sentir o aumento, na segunda-feira (5).

Uma distribuidora de gás que fica no bairro Ilha de Santa Maria, em Vitória, vende em média 150 botijas por dia. O dono Alexandre Suaid disse que só consegue manter o preço antigo até chegar um novo carregamento.

“Não tem como não repassar o valor. Porque o aumento vem em cima do custo operacional, o combustível que está aumentando e esse é o mês do dissídio coletivo dos funcionários”, comentou.

Em outra revendedora de gás, no bairro Maruípe, também em Vitória, o empresário João Coutinho explicou que as revendas não têm estoque para segurar o preço. “A gente teve o aumento de impostos, o aumento da gasolina e agora o aumento do preço nas refinarias que repassaram para as revendedoras. E, como a gente não tem estoque para aguentar muito tempo, é provável que segunda já esteja com preço novo”, disse.

Sindicato
O diretor do Sindicato das Revendas de Gás de Cozinha do Espírito Santo (Sinregás), Flávio do Valle comenta que o preço, atualmente, nas revendedoras está entre R$ 50 e R$ 55 em Vitória.

Em 12 meses, a inflação do gás de cozinha bateu 10,02% na capital, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Esse reajuste é feito anualmente, depois de todo dissídio que temos nas companhias e nas revendas de gás, feitos em agosto. Os salários dos trabalhadores aumentaram em torno de 9%, mas tivemos também aumentos de combustível, energia, ou seja, o custo operacional. O último reajuste que tivemos foi em setembro do ano passado, quando o botijão saiu de R$ 45 para R$ 55”, destacou Valle.

Hoje, no estado, há cerca de 1.800 postos de revenda legalizados. O setor emprega em torno de 10 mil trabalhadores. O aumento deve ser repassado aos poucos, seguindo a chegada dos novos estoques com os valores atualizados. A previsão é a de que até a primeira quinzena de setembro todas as lojas trabalhem com preços mais altos.

A Petrobras ainda pode fazer um reajuste a mais, como fez no ano passado, quando foi anunciado às 18h do dia 31 de agosto que o valor iria subir 15%.

Segundo Valle, o reajuste deve impactar nas vendas. “Todo aumento faz com que as pessoas economizem mais, elas deixam de cozinhar coisas que gastam mais gás, como uso do forno, bolos, pães”, afirma.

O repasse vai pesar no bolso do consumidor. O botijão de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), usado nas residências como gás de cozinha, pesa 13 quilos e dura, em média, 43 dias para uma família de quatro pessoas. Além disso, o aumento do gás provoca efeito cascata.

“O gás é insumo para muitas atividades, como restaurantes e padarias. Ele é insumo para diversos estabelecimentos do setor de alimentação. Então isso deve gerar um efeito cascata sim”, finaliza Flávio do Valle.

Fonte: g1-ES