CULTURA

Restauro das ruínas de Queimado recebe menção honrosa Iphan

As ruínas da Igreja de São José do Queimado foi palco do movimento contra a escravidão.

Em 17/12/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Everton Nunes/Secom-PMS

Desde 1987, a premiação, de caráter nacional, reconhece as iniciativas de excelência e ações de preservação do Patrimônio Cultural de todo o Brasil. 

As ruínas da Igreja de São José do Queimado, em Serra (ES), palco do principal movimento contra a escravidão do Espírito Santo e um dos mais importantes de todo o Brasil, foram restauradas em fevereiro deste ano. E o trabalho de restauro nesse importante monumeno ganhou uma menção honrosa no Prêmio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Pela primeira vez, o Espírito Santo recebe reconhecimento pelo trabalho de valorização e promoção do Patrimônio Cultural. O projeto foi analisado e reconhecido pela Comissão Nacional de Avaliação, composta por 21 especialistas de renome na área do Patrimônio Cultural, na 33ª edição da premiação Rodrigo Melo Franco de Andrade 2020.

Desde 1987, a premiação, de caráter nacional, reconhece as iniciativas de excelência e ações de preservação do Patrimônio Cultural de todo o Brasil. 

O trabalho de resgate do sítio histórico do Queimado, uma demanda antiga do movimento negro capixaba e de toda a sociedade capixaba, foi realizado pelo Instituto Modus Vivendi, a partir de um acordo de cooperação técnica e financeira assinado entre a Prefeitura da Serra e o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades). 

As obras

As obras duraram pouco mais de um ano e somaram investimentos de R$ 1,3 milhão.

O prefeito Audifax Barcelos ressalta que o objetivo da restauração do sítio histórico do Queimado não foi alterar, mas sim preservar o patrimônio, e se diz muito feliz com o reconhecimemento do projeto em uma premição tão importante.

"Receber o reconhecimento de um projeto que foi dedicado à preservação da história do povo serrano e brasileiro é altamente gratificante. Queimado tem uma importância histórica para o movimento negro local e nacional, e preservar essa história é fundamental", comentou o prefeito.

Para o secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer de Serra, Alessandre Motta, o trabalho buscou, essencialmente, garantir a preservação e uso do sítio histórico, tornando o local como rota de visitantes.

"Com a restauração das ruínas, o museu de Queimado, a céu aberto, se tornou um local de visitação, onde as pessoas podem conhecer a história de luta do povo da Serra", afirmou.  

Por dentro do restauro

O trabalho de restauro começou com o projeto arquitetônico, realizado pela Prefeitura da Serra, há quase 10 anos. As obras, posteriormente entregues ao Instituto Modus Vivendi, começaram com a limpeza e monitoramento arqueológico do monumento. Nessa etapa foram encontrados vestígios de elementos importantes da arquitetura original da igreja, como o arco cruzeiro, a pedra do átrio, o piso antigo e a escada.

A partir daí, sempre seguindo as normas internacionais de restauro, o projeto ganhou novo contorno, tornando o local mais valioso, com a evidência dos marcos históricos. Foi, ainda, reconstruído o arco do cruzeiro e, acrescentados, com aço, um elemento contemporâneo, um frontão, um mezanino e uma escada. Esses, além de embelezar o patrimônio, permitirão observação e movimentação mais amplas pelo local.

O objetivo da obra não foi alterar o patrimônio, mas fazer ajustes na estrutura para garantir a sustentação da igreja, permitindo visitas às ruínas em segurança. (Com informações da Prefeitura de Serra)