ECONOMIA CAPIXABA

Setor de rochas vai investir R$ 800 milhões no Espírito Santo em 2016.

Expectativa é que o setor cresça 5% neste ano, segundo Centrorochas.

Em 17/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Em meio a um período turbulento no Brasil, o setor de rochas, que tem forte vocação exportadora, não fala em crise. Com o mercado americano, principal comprador, se recuperando, a projeção para 2016 é de expansão.

A expectativa é que o setor cresça 5% neste ano e que o investimento chegue a US$ 200 milhões (RS 800 milhões) no Espírito Santo.

A superintendente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas  Ornamentais (Centrorochas), Olivia Tirello, diz que as empresas que exportam – de 70% a 80% de sua produção – para o exterior devem manter e agregar empregos neste ano.

Ela participou da abertura da Vitória Stone Fair 2016, que começa nesta quarta-feira (17) e vai até sexta-feira (19) no Pavilhão de Carapina, na Serra.

“Nas exportações, não vemos redução. Essas empresas estão importando tecnologia e equipamentos. Algumas empresas estão investindo, comprando máquinas para incrementar a produção. No ano passado, esperávamos investir cerca de US$ 100 milhões em máquinas e isso dobrou, investimos US$ 200 milhões. Esperamos manter o mesmo valor de investimentos para 2016”, afirma.

Segundo Olivia, embora o cenário nacional não seja favorável, o mercado externo, principalmente o dos Estados Unidos, sinaliza para um ambiente de negócios favorável.

“A economia americana é uma economia em recuperação, é uma economia estável e de alto grau de confiabilidade. Por isso, acreditamos que, sendo nosso maior cliente, eles podem nos proporcionar um crescimento pequeno, de até 5%. Se for como 2015, será excepcional. Não tivemos perda, e sim, ganho, por causa do câmbio”, diz.

Entraves
Embora o setor vá bem, o presidente do Sindirochas, Tales Machado, destaca que há um problema de preços no mercado externo por conta da maior concorrência, motivada pela crise econômica no mercado interno.

“Devido à crise no mercado interno, muitas empresas migraram para a exportação. Com a alta do dólar, está acontecendo uma nova adequação de preços, com valores mais baixos. Apesar disso, esperamos manter o crescimento. Fechamos 2015 com um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão e vamos crescer pelo menos 4% este ano”, avaliou.

Na abertura do evento, o governador Paulo Hartung disse que é preciso melhorar a competitividade no setor sem contar apenas com o câmbio.

“A competitividade não pode vir apenas da questão cambial. Todos os países que fizeram isso deram com os burros n’água. Temos que resolver gargalos para tornar o país competitivo, portos, aeroportos, ferrovia, energia, transmissão de dados. Mas nosso maior gargalo é melhorar a educação básica da juventude”.

Nova fábrica
O Espírito Santo começa neste ano a produzir tecnologia de corte de blocos de   rochas  . Em um investimento de R$ 4,6 milhões, o grupo de empresas Guidoni, junto com o grupo chinês Skystone, vai inaugurar a partir de março a nova unidade de produção de fio diamantado em São Domingos do Norte, no Norte do Estado, gerando 60 empregos.

“O fio diamantado veio para revolucionar o processo no mundo das rochas  ornamentais, trazendo uma mudança de patamar na produção brasileira do setor”, afirmou José Antônio Guidoni, presidente da empresa capixaba.

O Grupo Guidoni é pioneiro em venda de blocos de granito para a China e é especializado na extração e beneficiamento de rochas  ornamentais.

Já a Fuzhou Skystone atua na fabricação de ferramentas diamantadas para o setor

Laboratório de  rochas 
O treinamento para atuar no setor de  rochas  ornamentais vai contar com novos cursos de beneficiamento em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.

Até outubro, a unidade do Senai que está sendo concluída na região vai contar também com um laboratório de treinamento em   rochas  ornamentais.

Além de cursos voltados para setores como metalmecânica e elétrica, que também servem para fortalecer o setor de rochas, os estudantes vão poder aprofundar conhecimentos em corte, polimento, resinagem e outros processos de tratamento das chapas, explica o vice-presidente institucional da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Áureo Mameri.

“Uma indústria competitiva precisa de mão-de-obra qualificada. Por isso vamos ter um laboratório no Senai Cachoeiro. O centro integrado inaugura até setembro ou outubro deste ano. É uma demanda da indústria que existe, o setor sempre pediu esse investimento à federação”, destaca Mameri.

De acordo com ele, ainda não se sabe quais cursos serão ofertados na área de   rochas  e nem quantas vagas serão abertas.

“Ainda estamos em fase de conclusão das obras, um investimento total de R$ 13 milhões. Quando estivermos mais próximos de abrir a unidade, iremos divulgar a relação de cursos e vagas que serão abertas. Mas são funções que têm absorção na indústria de   rochas  ornamentais”, destaca.

Fonte: G1-ES