CULTURA
Tutti Buona Gente: Uma grande festa em Vila Velha
O município Canela Verde celebrou os 145 anos da Imigração Italiana no Brasil
Em 04/11/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Para marcar as comemorações dos 145 anos da Imigração Italiana no Brasil, a Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, realizou no último final de semana, a “1ª Festa Tutti Buona Gente”, com shows musicais, apresentações de grupos de danças culturais de outros municípios, gastronomia, além do “1º Tombo do Polenta”, prato típico da cultura italiana, produzida pelo Grupo os Polenteiros, de Alfredo Chaves.
O evento aconteceu no Parque da Prainha, com a presença de milhares de pessoas bonitas, de todas as idades.
Durante a programação do sábado (2), foi exibido em telão o filme “Tutti tutti Buona Gente”, do cineasta Orlando Bonfin, que conta um pouco da história e cultura dos imigrantes italianos em Santa Teresa. Bonfim participou do evento sendo, inclusive, homenageado.
O secretário de Cultura, Alvarito Mendes Filho, falou sobre as merecidas homenagens prestadas pelo município de Vila Velha, aos imigrantes italianos.
“Atualmente, há descendentes de italianos em diversas partes do país, resultado de um processo imigratório que começou pelo Espírito Santo. Boa parte da população do Espírito Santo e de vários estados brasileiros é formada por imigrantes italianos, que deram grande contribuição para a economia e a cultura. O que nós estamos fazendo em Vila Velha é uma celebração da imigração italiana no Brasil. A festa foi muito bonita, envolvendo música, dança e gastronomia italiana”, ressaltou Alvarito Mendes Filho
O secretário falou também, sobre as próximas edições da “Festa Tutti Buona Gente”, que passou a fazer parte do calendário Cultural de Vila Velha.
Grupos de Danças Culturas de outros municípios do Espírito Santo, lembraram a tradição italiana. Foto: Correio Capixaba/Arquivo
“A festa deste ano foi muito bonita com atrações diversas, entre elas, o Coral da ArcelorMittal, Leandro Bellumat e orquestra, Grupo Di Ballo Granello Giallo, Banda Toni Boni, Grupo Di Ballo Nova Trento, Banda Gioco Di Mora, atraindo uma população enorme e, o que posso dizer agora sobre o futuro, é que as próximas edições serão ainda maiores, em espaço, em atrações, em diversão, enfim”, disse Alvarito.
O cineasta Orlando Bonfim recebeu homenagem do secretário, Alvarito Mesdes Filho e do subsecretário, Heliomar Mazzocco. Foto: Correio Capixaba/Arquivo
A história
A pobreza extrema e a falta de paz, foram os principais motivos da imigração de milhares de italianos para diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil.
De todos os sentimentos dos descendentes dos imigrantes, um, um apenas se destaca em especial, o Orgulho pelos feitos de seus antepassados imortalizou o profundo reconhecimentos e respeito pela figura daqueles que tomaram decisões e influíram não só sobre suas próprias vidas, mas que determinaram o destino de milhões de pessoas, que forma hoje o contingente dos Ìtalo-brasileiros.
O 1º Tombo da Polenta foi uma das atrações da festa, em Vila Velha. Foto: Correio Capixaba/Arquivo
Os primeiros imigrantes italianos começaram a chegar ao Brasil na década de 1870. Porém, foi entre as décadas de 1880 e 1910 que houve o maior fluxo de italianos para o território brasileiro, principalmente, para as regiões sul e sudeste do país.
Integrantes do Grupo Di Ballo Nova Trento, de Guaraná. Foto: Correio Capixaba/Arquivo
Imigrantes italianos no Espírito Santo
A História da Imigração Italiana no Espírito Santo, no Brasil é contada de várias formas, principalmente para aqueles que vieram para cá e trouxeram com eles as culturas da Itália e contribuíram muito com o desenvolvimento de nosso Estado. Tudo começou no dia 21 de fevereiro de 1874, quando o navio La Sofia chegou a porto de Vitória com 388 camponeses trentinos e vênetos procedente do Norte da Itália. A partir daí, até 1895, milhares de imigrantes italianos chegaram ao Brasil em busca de novas oportunidades, trabalhos e vivências. Entre os que vieram em 1888, estavam o meu bisavó Leopoldo Ghidoni, a mulher Chiara Brunetti e os filhos Clínio, Adriano, Arto Lorenzo, Ernesta, Manfredo, Annunziata e Fulgenzio procedentes da comune de Rubiera, província de Reggio Emilia na região da Emilia-Romanha, na Itália.
Por que os italianos vieram para o Brasil
Grande parte dos italianos que migrou para o Brasil eram de origem humilde, principalmente de regiões rurais da Itália. O Brasil era visto como uma terra nova, repleta de oportunidades. Vale lembrar que a Itália passava por uma crise de emprego na segunda metade do século XIX, gerada, principalmente, pela industrialização do país. O alto crescimento populacional não foi acompanhado pelo crescimento econômico do país e pela geração de novos empregos, fazendo com que muitos italianos optassem pela vida em outros países (Brasil, Estados Unidos, Argentina, França, Suíça, entre outros).
Se por um lado a Itália tinha muitas pessoas querendo buscar trabalho em outros países, o Brasil necessitava de mão de obra. Após a Abolição da Escravatura (1888), os agricultores optaram pela mão de obra de origem europeia, ao invés de integrarem os ex-escravos ao mercado de trabalho. O próprio governo brasileiro fez campanha na Itália para atrair esses italianos para o trabalho na lavoura brasileira.
As colônias italianas no Brasil
Grande parte das colônias italianas se concentrou nas regiões sul de sudeste do Brasil. O estado de São Paulo foi o que mais recebeu imigrantes italianos que foram trabalhar nas lavouras de café e também nas indústrias da capital do estado.
Já no sul do país, estes imigrantes se concentraram, principalmente, na região da Serra Gaúcha. Muitas colônias italianas foram criadas em cidades como, por exemplo, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi. A cultura de uva para a produção de vinho foi a principal atividade econômica realizada por estes imigrantes.
Os empreendedores
Alguns italianos chegaram ao Brasil dispostos a criar pequenas empresas e prosperar na nova terra. Vendiam o que tinham na Itália e investiam no Brasil em áreas como a agricultura, comércio, prestação de serviços e indústria. Muitos destes italianos empreendedores prosperaram em seus negócios, gerando riquezas e empregos no Brasil. Um dos exemplos mais conhecidos foi de Francesco Matarazzo e seus irmãos, que emigraram para o Brasil em 1881 e construíram em São Paulo um verdadeiro império industrial.
A diminuição da imigração italiana para o Brasil
No começo do século XX, começou chegar à Itália, notícias das péssimas condições de trabalho e moradia de famílias italianas residentes no Brasil. Essas informações foram divulgadas pela imprensa, fazendo com que diminuísse drasticamente a vinda de italianos para o Brasil. Outro fato que influenciou essa queda na imigração, foi o controle feito pelo governo de Benito Mussolini sobre a imigração no final da década de 1920.
A cultura italiana no Brasil
Os italianos que vieram viver no Brasil trouxeram na bagagem muitas características culturais que foram incorporadas à cultura brasileira, estando presentes até os dias de hoje. Muitas palavras italianas foram, com o tempo, fazendo parte do vocabulário português do Brasil. No campo da culinária esta influência foi marcante, principalmente, nas massas (macarronada, nhoque, canelone, ravióli, etc.), molhos e pizzas. Os italianos também ajudaram a fortalecer o catolicismo no país.
Curiosidades históricas:
- Comemora-se em 21 e fevereiro o Dia Nacional do Imigrante Italiano.
- De acordo com dados estimados da Embaixada da Itália no Brasil, vivem no país cerca de 25 milhões de descendentes de italianos, sendo que grande parte concentrada nas regiões sul e sudeste.
- Entre os séculos XIX e XX, cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos vieram residir no Brasil. *(Última revisão: 17/09/2019).
Mais Cultura
A programação cultural em Vila Velha segue durante todo o mês de novembro. No dia 05, será celebrado o “Dia Nacional da Cultura”, com uma programação bem extensa no Teatro Municipal, na Praça Duque de Caxias, Centro. Conheça toda a programação, no site: www.vilavelha.es.gov.br e participe! Colaboraram com a reportagem: Sua Pesquisa, Folha Diária, Nova Venécia do Sul e Semcom/PMVV