CULTURA
Últimas apresentações da temporada de Epopeia de Gilgamesh.
O espetáculo é composto por 12 cenas com duração total de 50 minutos.
Em 21/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Sucesso em 2016, o espetáculo Epopeia de Gilgamesh realiza suas duas últimas apresentações na temporada nas próximas quarta e quinta-feira (21 e 22 de setembro) no Theatro Carlos Gomes. A obra milenar recebeu uma releitura do bailarino capixaba Paulo Fernandes, que traz ao palco uma linguagem interativa, utilizando como suporte a dança junto a elementos de teatro, cinema, poesia e música para relatar a história sobre um rei que abandonou a cidade de Uruk, na antiga Suméria, em busca da imortalidade.
Se trata de um épico mesopotâmico escrito em torno de 2.000 a 4.000 a.C. A proposta de montagem do espetáculo, inédita no Espírito Santo, é fruto da pesquisa e elaboração de uma versão revisitada do renomado bailarino e coreógrafo capixaba Paulo Fernandes.
A obra reflete questões pertinentes na contemporaneidade, revendo valores humanos e culturais que evidenciam uma (re)significação das memórias ancestrais, sob as condições dos conflitos atuais. "Todo este legado histórico e arqueológico foi dizimado pelos jidahistas, sendo uma perda irreparável, uma barbárie em pleno século XXI. Esta obra anônima se constitui de fatores atemporais”, diz o diretor.
Seu processo de criação está repleto de recentes influências, como: a pintura de Michelangelo, a Criação de Adão, as infinitas escadas de Maurits C. Escher, o Jardim das Delícias de Hyeronimus Bosch e poesias de Hilda Hilst.
O artista comenta que o fato de escolher este referido épico, tem a ver com sua universalidade, que permite conectar o passado com o futuro, pois, a obra retrata também as condições humanas da contemporaneidade. "A saga do rei Gilgamesh mostra nossa relação com o mundo, a nossa busca constante do conhecimento, o eterno conflito do ser humano para entender a si mesmo, a natureza e o cosmo".
O espetáculo
O espetáculo é composto por 12 cenas com duração total de 50 minutos. Sua estreia aconteceu em maio deste ano. "A interatividade com o público gerou interesse de conhecer mais sobre a obra, trouxe novas informações sobre a história de povos e culturas milenares. Um dos objetivos da proposta é nos aproximarmos das instituições de ensino, tendo a arte como promovedora do conhecimento”, diz o diretor.
O espetáculo a Epopeia Gilgamesh possui apoio da Prefeitura de Vitória por meio da Lei Rubem Braga e patrocinado pelo Banestes em parceria com o restaurante Sabor Natura. Foi selecionado pela Secretaria de Estado da Cultura no edital de ocupação do Theatro Carlos Gomes.
Por Vitor Taveira