CULTURA
Virada da Educação estimula interação entre pessoas e exploração dos espaços.
O evento foi criado pelo Movimento Entusiasmo, no centro de São Paulo, em 2014.
Em 20/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Para conectar as pessoas, espalhar o saber de forma coletiva e contribuir para a melhoria da educação, diversas escolas e espaços públicos de São Paulo realizam esta semana a terceira edição da Virada da Educação. O evento, que teve início na última quinta-feira (18), termina hoje (20) com diversas atividades como contação de histórias, exibições de filmes e peças teatrais, intervenções artísticas, oficinas artísticas e culturais, trilhas e rodas de conversas, entre outros.
O evento foi criado pelo Movimento Entusiasmo, no centro de São Paulo, em 2014, mas já se espalhou para outras capitais e cidades como Porto Alegre, Salvador e Joinville. Na capital paulista, as atividades ocupam onze espaços, entre eles a Escola Estadual Caetano de Campos, na Praça Roosevelt, no centro da cidade.
“A Virada da Educação é um projeto de apropriação ou de ocupação de um território a partir de uma educação mais criativa, que inclua a diversidade do que está no espaço, maior do que a escola”, disse Daniel Ianae, um dos organizadores do evento, em entrevista à Agência Brasil.
O objetivo do projeto, segundo ele, é “fazer uma costura ou um tecido comum entre esses espaços que estão próximos e que poderiam fazer educação de uma forma mais coletiva”. A ideia é que o projeto não seja limitado pelo número de dias e que se espalhe por outras regiões do país. “Ele não é um processo que se estanca nesse dia”, ressaltou Ianae.
Atividades
Na manhã de hoje, quando a reportagem visitou a escola Caetano de Campos, várias atividades estavam ocorrendo no pátio do prédio, apesar do dia chuvoso. Uma delas era de poesia.
“Nosso projeto se chama Ateliê Poético das Mina. Recolhemos poemas e poesias de mulheres - contemporâneas, que já faleceram ou até de meninas de 11 anos - e oferecemos algumas possibilidades de intervenção. A gente sente o que a pessoa está precisando e devolvemos a ela com poesia. Temos o biscoito da sorte, que é a poesia da sorte [uma mensagem poética embrulhada em uma fita é distribuída às pessoas que passam por ali]; e tem aquela em que a gente faz um atendimento, em que a pessoa coloca o que ela precisa e a gente medita com poesia”, disse a atriz Bianca Lopreste, de 25 anos, que também trabalha com educação ativa e que decidiu participar da Virada da Educação promovendo essa atividade voltada à poesia.
“[A virada] é uma ação importante porque a gente está em um momento da educação de mudanças, de olhar para a educação de uma outra maneira. A Virada me propõe a, juntos, olhar para o que as pessoas têm feito e como podemos pensar e perceber que a educação não está só na escola. Ela está no mundo, na cidade, na rua, nas intervenções. E esse tipo de educação inspira”, falou Bianca.
Outra atividade
Outra atividade era de brincadeiras com bonecos confeccionados com sucatas ou objetos descartáveis como tampinhas de garrafas. “São vários brinquedos esquisitos, feitos a partir de sucata, e que não tem uma definição precisa, pode-se imaginar o que quiser. A criança, na medida em que ela vai brincando, vai dando vida e forma a esse brinquedo. O objetivo é brincar mesmo e criar essas histórias a partir dos brinquedos”, disse a educadora Rubia Gomes, 33 anos, que trabalha também com projetos de criações lúdicas e interativas. Rubia afirmou que soube da Virada e se inscreveu para participar do evento pela primeira vez com esse projeto.
A professora e coordenadora de projetos de uma escola de Guarulhos, Monica Madeira Freitas, 51 anos, visitou a Virada da Educação hoje para conhecer as atividades de contação de histórias, projeto que está implantando em sua escola para adolescentes do Ensino Médio. Monica disse estar adorando a Virada, mas lamentou que tenha sabido do evento de última hora. “Só fiquei sabendo na quinta-feira, quando chegou um e-mail deles. Acredito que por eu estar em Guarulhos [cidade da Grande São Paulo], não houve essa divulgação. Se eu soubesse, estaria aqui hoje com mais professores e tudo mais. Eu adorei”, afirmou. “As crianças curtiram, mas os adultos curtiram muito mais. E eu fui uma deles”, completou a educadora.
Mais informações sobre o evento podem ser encontradas em http://viradaeducacao.me/
Agência Brasil